segunda-feira, 24 de maio de 2010

...sem saber do "devir"

Era bem cedo, o sol se espreguiçava para raiar ao dia, e a cada instante as pessoas iam tomando rumos distintos. Havia um semblante de criança reparando todos os movimentos a sua volta e tentando se encontrar em algum lugar. Tão linda, tão encantadora, com sua pureza sendo degradada somente pela experiência de viver. Pegou sua sacola, sua boneca de pano e saiu caminhando, olhava o céu e achava tudo tão lindo, tudo tão mágico, sem saber do "devir".
Seus olhos brilharam ao ver o lindo arco-íris que florescia no céu, e depois de ter caminhado por um bom tempo, ela começou a perceber que o azul do céu não era mais puro como água. As nuvens acinzentadas aos poucos cobriam aquela imensidão azulada formando diversas formas, onde ela começou a decifrar alguns desenhos, que se desmanchavam e formavam outros, era um ciclo. O primeiro desenho percebido pelos olhos de jabuticaba da linda menina foi um pássaro, que aos poucos se desfazia para a formação de uma cruz. Ela resolveu parar de caminhar um pouco e entender o que acontecia, entender a natureza, entender o homem, entender o céu. Sentou na calçada, abriu sua mochila, pegou seu pequeno caderno e um lápis, começou então a escrever com um pouco de dificuldade o nome dos desenhos que apareciam no céu. Pássaro, cruz, boca, olhos, flores, uma gota. Olhou várias vezes o que tinha escrito, e começou a refletir pedindo que as palavras pudessem explicar suas seqüências. Pensou durante horas, tinha perdido até a hora da escola, o sol já começava a incomodar, quando resolveu guardar suas coisas e voltar para casa. Levantou da calçada e seguiu de volta a seu ponto de partida. Suas roupas pareciam mais apertadas, o sapato incomodava, seu cabelo parecia estar maior, até que chegou em casa e percebeu que já não pulava para tocar a capanhia. Ao abrir a porta à mãe parecia não reconhecer a filha, e começou a perguntar o que havia acontecido, onde estaria aquela criança que pela manhã pediu para amarrar os sapatos? A menina não sabia o que dizer, foi quando a mãe pegou o espelho e colocou a sua frente. No mesmo instante a menina levantou-se e pós se a chorar. O silêncio, e os sussurros de tristeza haviam tomado conta do lugar. Dirigiu-se a mãe de joelhos e olhando em seus olhos disse: Mãe, hoje eu tive um dia mágico, olhei para o céu durante todo instante em que caminhava e então parei para observá-lo, ele me deu respostas tão tristes que eu não queria acreditar. Pegou seu caderno e leu junto com a mãe as palavras escritas ainda com letras garranchosas. Pássaro, cruz, boca, olhos, flores, uma gota. A mãe ainda estava surpresa e achava tudo um sonho, então a menina arrancou a folha do caderno e começou a rasgar em pedaçinhos dizendo e chorando: Agora eu entendo o que o homem faz... Tudo é dele e ele não sabe partilhar, ao contrário ele criou a discórdia, aplaudindo mentiras, acobertando seus erros, suas farças... É difícil ele perguntar, como está teu irmão... O homem simplesmente é ganancioso, e quer antecipar os fatos de maneira tão brusca a ponto de destruir o cheiro bom do ar, a flor que um dia pode desculpá-lo e impedir que seus olhos transbordem de lágrimas... O homem está se tornando algo tão indefinido ao ponto de antecipar o nosso próprio fim.
Depois de todo papel rasgado em minúsculos pedaços sobre o chão, ela abraçou a mãe que comovida pós se a chorar também. Sentindo o calor materno, a menina sussurrou: Veja como eu estou... Eu quero voltar a ser criança, e um dia consertar o mundo... Eu te amo...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mudar

A rotina a cada dia começa a mudar,e aos poucos é preciso coragem pra encarar. Tudo é tão diferente, talvez eu esteja tentando andar outra vez, ou pronunciar palavras novas. Sinto um novo começo. Incertezas, solidão, popularidade, convicção. Eu vejo tudo a caminho, e me sinto a espera. Eu quero me mover, mas há algo me prendendo.
Imagine a maior caixa de presente do mundo... a cada dia diminuindo e chegando ao tamanho de um grão..

domingo, 9 de maio de 2010

Não é nada como parece ser!?

Ás vezes quem distribui maravilhas não é o maravilhado;
Teus conselhos são ótimos, mas nunca chamam a sua atenção;
Tudo que é dito há alguma razão.
Dificilmente uma bela canção é escrita com sorrisos;
Quem anda cantando pode ter um canto ou manto para desmoronar lágrimas;
Quem acha que sabe de tudo, um dia se encontra com o nada;
Onde foi o início? Foi aonde o fim?
Porque àquele que por vida ou acidente, tem ausência de algo, mas compensa a falta com o pouco, transformado em muito do que possui?
Ainda há quem reclame pelas pequenas britas do caminho de muralhas.
Entender ou compreender o que se tem?
Ouvir, julgar, concluir é entender;
Compreender é simplesmente aceitar.
Sorrisos constantes cansam e cala as informações.
É preciso sentir a terra com os próprios pés.
Quem te disse, não age conforme o mandato.
Não é nada como parece ser.
Porque o céu era algodão, um dia doce, e hoje modificado?
Porque a palavra "vida" esta contida na "dúvida" até na prática?
Quem é, duvida da dúvida que a vida custa a duvidar.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Querer!?

Eu quero sair sozinha
Deixar todo o mundo preocupado
Quero fugir um pouco
Quero mergulhar no desconhecido
Quero encontrar a certeza
Quero ver o mar a noite
Quero tudo e ao mesmo tempo quase nada
Eu quero cometer o errado
Eu quero cantar na chuva mais uma vez
Eu quero beber vinho e tocar violão na praia
Eu quero passear de balão
Eu queria tocar em uma orquestra
Eu queria fazer uma canção que me fizesse sentir
Eu quero esquecer o queria
Eu quero agir
Eu queroooo
Quero euu
Querooo
Quero gritarrrrrrrrr
Quero falar até com o mato da rua
Quero acolher o meu inimigo
Quero brigar, discutir, questionar
Quero me sentir humana
Quero fazer uma música em francês
Quero que as pessoas que amo, saibam o quanto eu retribuo
Queroo brincar com fantoches, rir do circo, chorar com o palhaço
Quero rir do maluco da praça
Quero pegar o ônibus errado
E parar no lugar certo
Quero experimentar...