Certa vez, ouvi, e não de maneira certa, que arte não é coisa séria. Mas, o que é coisa séria? Quando ouvi que arte não é coisa séria, ouvi outras frases, como: arte não é coisa para trabalhar, ter emprego fixo, retorno financeiro. Trabalho sério é ser doutor, advogado, executivo... A Arte é subjetiva demais para se traduzir no sistema capitalista.
Certa vez, mais tarde, ouvi dizer, as crianças precisam
aprender brincando, a arte é o coração do aprendizado. Mas, e o doutor, o
advogado e o executivo...? Qual o coração do aprendizado deles? São os
cálculos, as leis, as máquinas? Acho que pode ser. Eles certamente não ligavam
para a tal matéria chamada Artes. Pra quê? É desenho e ponto? Um ponto são
infinitas retas paralelas. A matemática, mesmo lógica, também tem traduções
subjetivas.
Certa vez, a alguns minutos atrás, ouvi o pensamento
perguntar: Os cálculos, as leis, as máquinas, com quem estes dialogam? Com os
doutores, advogados e executivos? E com que os doutores, advogados e executivos
dialogam? Quase nunca, mas com pessoas também.
Certa vez, o pensamento gritou: eu disse que a arte era
um coração bom, generoso, que quer aprender e ensinar, um coração de infinitas
possibilidades. Mas, é um pensamento que leva tempo, paciência para sentir esse
coração pulsar, para escutar o coração e deixar-se descobrir. Descobrir as
cores, as formas, os aromas, o interior do interior, o externo, a vida.
Certa vez, quase agora, quero afirmar, arte sim é coisa
séria! Séria para ter coragem de construir e desconstruir, de inovar. A arte
bota a cara no mundo sem saber as respostas que o mundo vai dar. A arte é subjetiva, tem muitos pés e mãos. Subjetivo é visualizar a arte como movimento, dança, teatro, cinema, música, comunicação...
E Comunicação o que é esse trabalho? É subjetivo também?
Certa vez, há quase 4 anos, ouvi dizer que comunicação também não é
trabalho sério, é muita loucura... É coisa de quem não sabe o que fazer e cai
de paraquedas na universidade com muita moda e revolta. Revolta? É, uma
vontade de revolucionar alguma coisa sem descobrir, muitas vezes, o nome da tal
revolução. Pois bem, revolução, arte e
comunicação se relacionam e se entrelaçam quase sempre. Juntos, fazem grandes
desfiles na avenida do mundo. A subjetividade encorpa tudo, são os campos de ideias
que ganham vida nos atos de arte.
Certa vez, há quase 1 segundo, refleti: arte,
independente do estudo, que é necessário e fundamental, pede passagem e a cada
dia se mostra, em um ateliê, em cada história nova e retro lançada e escondida
por aí.
Certa vez, cansada de dizer certa vez, arte é identidade,
autonomia, e inclusive está nos cálculos, nas leis, nas máquinas... Hoje, o
mundo cansado e com preguiça de sentir precisa desse bem, mas não sente que
deve se entregar por medo de não saber enxergar. Enxergar o mundo e suas
diversas possibilidades.
Destarte, stop! Um surto do rato... Não existe esse negócio de coisa séria, coisa errada ou coisa certa. Existem coisas que em seus momentos se reinventam e, de fato não morrem, envelhecem, rejuvenesce, ganham muitos signos e sigmas por aí. Pois bem, certa vez, pode ser a vez certa.
Destarte, stop! Um surto do rato... Não existe esse negócio de coisa séria, coisa errada ou coisa certa. Existem coisas que em seus momentos se reinventam e, de fato não morrem, envelhecem, rejuvenesce, ganham muitos signos e sigmas por aí. Pois bem, certa vez, pode ser a vez certa.