Neste vasto verde mundo,
Onde as plantas ganham outra cor,
Pelo sertão, verdes flor...
Acostuma o seco que abre caminhos ao mundo.
Sonho alto...
Onde algum disse que nada há,
As mais belas flores semeiam,
Resistem a sede.
Onde em alguns cantos águas ainda jorram perto do céu,
E que belo ato, que belo gesto...
Onde a poeira como bolha de neve,
Encorpam formas, nuances e caminhos...
Cá o pão vem da terra, da raiz,
Como um ato sincero, e
Sem nada nas mãos.
Tudo se dá nestas estradas.
Os sons, as formas, as cores, os gostos, o respirar...
Talvez para lembrar que somos terra,
E que coisa alguma levamos daqui.
Só detalhes, os mais simples, do interior.
Como a natureza, quero me despir!
Sem medo de cada camada de poeira que a mim chegar,
Sem medo das gotas que de tanto pingar me lapidam,
Sem medo dos dias em que gota alguma não pingar,
Sem medo dos caminhos que o sol desenhará em meu corpo.
Sem medo!
Com coragem para ser um detalhe colorido para semear entre estradas do
sertão.