sábado, 27 de novembro de 2010

Só, é a razão emotiva.

Talvez seja aprendendo a pintar com os próprios borrões que aperfeiçoamos as manchas para agraciar a aquarela pessoal.
Depois de um tempo a gente descobre que até folha de papel corta, e tudo se torna vulnerável. Se pode amassar, escrever, pintar, e uma vez manchada e preenchida, nunca, nada, voltará ao seu estado inicial que supostamente será uma a normalidade.
Sendo assim, é bom pensar, refletir antes de qualquer traço, apego, pingo ou corte, porque mesmo sem querer a todo tempo há diversas pessoas que nos cercam. Há pessoas não vistas mas atingidas, e há alvos de desejos a ser alcançados que não são predestinados de acordo com nossa intuição. É preciso pintar um quadro isoladamente que ao olhar ao decorrer dos dias as vistas não se cansem, e nem peçam outra paisagem radicalmente diferente.
Toda ação precisa ter certeza, e mil pingos da verdade afirmada pelo próprio coração. Porque a verdade absoluta é algo sempre a questionar, nos deixando nas mãos do sentido por trás da razão.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Fora de mim

O que há fora de mim,
Não é o externo;
De mim não faz parte;
O desconhecido até ser trocado;
Faz parte todo contato,
Até a prova e a mistura do interno,
Para as características,
Saírem de dentro de mim.

Fora de mim,
É o que não me faz;
Tudo aquilo que não me pertence;
Não é o discurso aloucado de repente;
Nem a previsão por aí a fora.

Fora de mim,
Pode haver por uns instantes;
O estrangeiro passageiro, que habita em nós;
A visão externa de um "eu" que não existe;
O que há fora de mim não é a minha definição vital.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo

E se o tempo couber em nossas mãos?
Quase todo o tempo, é levado pelo vento
Metade é guardada no pensamento
Será que o nosso tempo tem controle?
É a maior confusão controlar o tempo
Aperte Play sem medo e deixa estar
O Replay pode até ser usado, mas nada será igual
A melodia talvez seja a mesma
Brincar um pouco não é nada mal
Mas e se desse para voltar ao passado?
Será que seria possível resgatar as coisas certas?
Escolher as cenas, modificar, e até incluir novas ações
A cada minuto um novo lançamento, público e histórias
É melhor não arriscar
Stop! 
Foi apenas o roteiro de um curta metragem!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Atenuar ou reciclar

"Monóxido de carbono
Só doí quando eu respiro"
Será que o futuro é cinza
Ou os meus olhos estão danificados?
Talvez seja o sol tão forte
Avermelhando os órgãos
Não só humanos, mas de todo o ecossistema
Por falta de educação
Consequentemente irreversíveis
Cadê a inteligência para transformar as provocações?
Desequilíbrio é a palavra adequada
Como incendiar  uma floresta
E querer assistir sentado, em um galho seco desta,
Todo o espetáculo da faisca ao pó.
Mas o problema é que afeta a todos
Como um ciclo transformado em cadeia a degradar
E a condição de vida nos habitats ficam à deriva
A matéria tirada para lucrar, e os restos lançados no ar
Deixam um saldo devedor triplicado
Para não deixar o mundo derreter a ponto do cascalho se estilhaçar
E tudo e todos, não tiverem mais como se reciclar
Adaptar e atenuar será esse o jeito?
Ou reciclar a partir de si?
Tudo depende da consciência humana, ainda resta?
Porque só doí quando a pele fica em carne viva!


(Texto de Michele F. S. C. , inspirado pela citação de Caulos - "Monóxido de carbono, só doí quando eu respiro" )