quinta-feira, 29 de julho de 2010

Conhecer

Ando por alguns lugares
Conheço todo o mundo
Desconheço
Canto contigo, canto pra ti
Em cantos floridos
Entre a folha seca e a chuva
Quero conhecer
Olhar nos olhos
Derrubar a brecha da parede
Ficar "cara a cara"
Sorrir para qualquer pessoa
Ser pessoal, sentir o íntimo
Fazer pular as palavras da carta para todos os ouvidos
Cantar as notas fazendo gestos
Se fazer presente
Entender, e quem sabe tocar o conhecimento.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um ato revolucionário

Há algo que corroem os músculos
Rangem os dentes e me faz pirar
Há um ato revolucionário que grita abafado em mim
Por que aceitar sempre calado?
O rei do poder de frente faz temer o povo
O povo calado, indignado, sofrendo em silêncio, chorando seco
Injustiça frustrada
A formiga é a única que morde e faz arder
A formiga é a única que faz o volume que modifica
O incomodado ao invés de se mudar precisa reclamar, contestar
O que há no poder que faz o povo temer?
Não é nada errado gritar
Se fosse, não faria a menor importância queimar os direitos e deveres
Há um ato sufocado em mim,
Há um ato me sufocando
Meu corpo clama para uma revolução do devir
Deixaram morrer a certeza, a verdade
Fizeram valer os disfarces
Há um ato revolucionário que grita em mim
Imploro a inversão do poder
Colocar o rei no trabalho da massa
Fazer todos sofrerem iguais
Porque é o mesmo mundo
E os gigantes insistem em dividir
Porque o colorido da massa mata e a multicor do rico enriquece
Grita em mim um ato revolucionário
Onde tudo possa ser igual
Mas esta realidade talvez será só um sonho
Eu só posso mudar o meu mundo
Pois o ato revolucionário que grita em mim não grita em todos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mudo ao mundo

Ele era só e ao mesmo tempo cheio de olhares voltados pra si,
Sentado na calçada, de onde fazia sua morada, tentava enxergar as coisas de um modo mais bonito,
Quase impossível no meio de tanta desilusão, perigo, saudade.
E ele pensava, porque tinha deixado escapar tudo de suas mãos, porque tiraram metade de sua vida?
Porque ao ver sua situação ninguém mais lembra do que ele já foi, onde estão os colegas?
Lembrava da vida de antes, com sabor de sorriso, filhos, mãe, esposa, abrigo.
E tudo que antes te importava, hoje não é mais nada
Tudo que antes era deixado para depois, a vida tomou
Sem permissão e sem chances para tentar outra vez.
Agora, lhe restava a calçada, um par de sapatos, uma roupa velha de despedida, papelão, espuma mofada, e piedade.
Daria tudo para o mundo, querendo em troca suas vidas.
Se arrependia do valor que antes a calçada não tinha
Implorava por um relógio que fizesse voltar o tempo,
Prometendo amar, sentimento este, que nunca conseguiu fazer gritar em seu coração
Agora a rua é seu abrigo, seu maior valor que faz lembrar o ontem
Mesmo sem nada, ainda tentavam tirar o pouco que lhes restava, no meio de competição de comida, de saciedade.
E por vontade de não mais existir, deixava os outros arrancar seu sossego e aumentar sua fome
Os muros se tornaram refúgios para expressão de sentimentos
A arte, as palavras, eram os únicos e preciosos valores
Valor que agora é de sentimento, e antes financiado em trabalhos o que lhe tornava seco
Foi por não dá valor, foi por deixar em coma os sentimentos que haviam dentro de si.
Todo final de tarde anda sem direção, semblante triste, com esperanças, mudo ao mundo.
Ele que nada tinha, agora já não é nada, a não ser o rapaz da calçada.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Equilibre a balança

Cada minuto, cada dia, cada ano, cada instante, essas são as essências do tempo e fazem muita diferença, muita interferência.
O tempo muda, o espaço, as pessoas, várias vidas.
É bom dizer tanto faz, mas porque nada se faz para evitar lamentações?
Dizer talvez, é esquecer a opinião debaixo do travesseiro, é deixar a identidade por um tempo na janela, sendo modificada pelo tempo, pela chuva, pela falta de proteção.
O tempo é sem perdão, pois não há controle que faça-o repetir.
Pensar para agir talvez demore tempo de mais,
Agir sem pensar talvez seja errante de mais,
O que fazer? equilibrar a balança.
Se nossos olhos fossem capazes de perceber as coisas em momentos exatos, quem sabe o tempo não seria aproveitado mais minuciosamente!?
Perceber o passado não adianta, o que basta é o presente, pois o tempo futuro é território incerto de mais, para humanos tão inseguros.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Hoje, 20/07/10, dia do amigo... todos?

O clima prometia ser um só para todo o dia, mas o gostinho da chuva só predominou pela manhã. Bom dia! Éramos as únicas que apreciavam aquele fenômeno. Não ligamos para os respingos e brincamos na chuva com direito a repórteres e comentários.
Não somente por isso, mas estávamos felizes por ser dia do amigo! A manhã de abraços, cumprimentos de felicidade, frio e o colorido das sombrinhas rodando pra lá e pra cá.
E o dia foi passando, a chuva se foi, as sombrinhas guardadas, e os amigos partindo vez por vez, e por fim o pensamento dividido em diversos lugares e ocasiões.
O dia foi celebre a amizade, e porque a vergonha, o medo de ser lembrado? Os votos foram anunciados, mas há aqueles que por motivos inexplicáveis ou por rotinas apressadas ficaram presos na garganta.
Acredito que o mundo seja composto por partículas de essências, e cada tempo passado, dia, horas, semanas, as preciosas essências vão se apagando. Por quê?
Estamos cada vez mais dispersos, preocupando-se com a matéria e deixando os sentimentos escaparem de nossas mãos. Hoje comento sobre a amizade, amanhã posso comentar sobre o amor. Essas duas essências que a cada segundo passado não são mais belas, sinceras, singelas.
Por que trocamos um abraço por uma mensagem enviada por e-mails? Os e-mails são para aqueles que por traços do destino, tiveram que partir para outro lugar dando ênfase nas suas vidas longe de nós. E mesmo estes, neste dia especial, são lembrados com saudade, mas sem um gesto próximo como um telefonema, ou um encontro mesmo que rápido para um abraço.
Mas é sempre assim, quando temos amigos ao nosso redor, podendo vê-los, são poucos que fazem por valer, são poucos que abraçam, e mesmo que perto, os amigos acabam se tornando distantes. É preciso lembrar que estaremos ali, mas o destino é surpreso. É preciso viver o momento junto e não olhar a distância, lembrando da sua existência compartilhando segredos e medos. O importante é estar presente, rindo, chorando, sabotando, fazendo lembranças que mais tarde serão saudades significativas.
Ah, e os amigos que se foram para sempre, sem e-mail, telefone? Simplesmente colocaram status ausente por infinito. São amigos de saudades eternas que em dias como este você daria sua semana para retê-los. Amigos são pessoas que vem e vão, algumas inesquecíveis outras inexplicáveis, são pessoas que enquanto podemos tê-las precisamos unificar tornar cada lembrança futura com saudade de quero mais. Lamentar a perda é algo inaceitável, pois se ages assim, foi porque durante todo o tempo, nunca viveu intensamente. O bonito da vida é lembrar momentos bons e ruins que se foram juntamente com pessoas especiais, e quem sabe um dia reencontrá-las para acumular saudades para próximas oportunidades.

sábado, 3 de julho de 2010

A vitória

 Viver a cada instante, cada momento sem igual, viver sem medo, ter desejos, fazer o que se quer, ter limites. O importante é viver. Esquecer os medos, não se arrepender, arriscar e fazer. Se houver erros, haverá mais vontade, experiência, estratégias e com toda a certeza a vitória será mais apreciada.

O túnel de lençol e um gesto lindo

  As risadas altas e singelas contagiavam todo o "muquifo". A alegria tomava conta do ar. Estavam no quarto sobre a cama, duas primas que seguravam o lençol de um lado a outro, formando um túnel por onde passavam dois irmãos que riam infinitamente com a simplicidade de correr pra lá e pra cá debaixo do lençol.
 A empolgação não parava de aumentar, até que no decorrer da brincadeira, uma cabeça bateu na outra e o túnel foi desfeito para acalmar a situação. - A rosa pôs se a chorar e o cravo se entristeceu, ficou quieto e preocupado. Ouvindo o choro baixinho e vendo a tristeza da irmã, o pequenino abaixou a cabeça e perguntou o porquê daquela tristeza. Uma das primas explicou e disse para o pequenino pedir desculpas e abraçá-la. Olhando de um lado a outro, ele pegou as sandálias e foi até a irmã, chegou pertinho de seu ouvido e proclamou o pedido de desculpas. O momento foi tão lindo e com direito a créditos. Abraçaram-se e logo em seguida a menininha o desculpou, porém com voz de choro afirmou que sua cabeça ainda doía. O pequenino por surpresa virou-se e disse: "- Pela aê que vou pegar gelo, que sala". As primas riram e acharam lindo o ocorrido. O mais comovente foi a contestação para ele conseguir o gelo da mão de seus pais, esperneou e gritou espantado: "-Minha mãe me dá gelo para minha irmã parar de cholar". A mãe deu o gelo e correu atrás dele para tomar parte da situação. Preocupado veio correndo entregar o gelo sem reparar o seu arranhão na testa visto depois pela mãe. A família apreciava a situação.
  Depois de um tempo, o pequenino chamou a irmã para brincar, transformando o túnel em uma casinha de lençol, retomando as risadas e a alegria.
  Sejamos sensíveis e surpreendentes como as crianças, para socializar a harmonia entre os homens.

Baseado em fatos reais.